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Friday, June 08, 2007

ENCONTROS E DESENCONTROS

Hoje tive uma surpresa. Quando cheguei ao trabalho senti uma enorme alegria ao ver o João.

Conheci o João no Porto quando lá estive acompanhando o meu pai que estava em tratamento.


O João chegou dois dias depois de mim em acompanhamento da mãe que também ia fazer tratamento.


Criamos laços de companheirismo, solidariedade, cumplicidade... estavamos em pé de igualdade, havia um entendimento mutuo.


Há determinadas fases das nossas vidas que só quem ás passa ou está a passar é que pode entender a 100% e era isso que acontecia.


Numa sociedade demasiado apressada e individualista passa-nos ao lado os problemas dos outros. Lamentamos a doença mas por muito que tentemos só quem á vive ou acompanha de tão proximo é que consegue mesmo perceber, e era isso que nos acontecia.


No Porto, havia uma pequena comunidade de "emigrantes" ilhés em tratamento/ acompanhamento a viver longe da familia, amigos, trabalho, de tudo inclusivé da nossa vida, a viver da esperança da cura.


Assim, acabamos por ajustar o nosso dia á dia, fazendo parte do nosso quotidiano essa comunidade.


O João e a D. Maria eram meus vizinhos de quarto na pensão ouviamo-nos mutuamente, rir, falar, conversar e até mesmo o som do duche e da TV.


No restaurante, na varanda da pensão, na rua quando nos cruzavamos conversavamos, por vezes sem dizer nada, outras vezes falando dos nossos medos, dos nossos receios, da evolução do tratamento,...


Entretanto chegou o dia deles regressarem, o tratamento da D. Maria foi mais rápido do que o do meu pai.


Despedimo-nos, dissemos aquele até um dia...


Vivemos na mesma ilha e passado 6 meses do meu regresso, ainda não os tinha encontrado.


No decorrer destes seis meses já encontrei algumas pessoas pertencentes a essa comunidade, inclusivé já me encontrei com o Joaquim e Augusta que lá estiveram e trocamos numero de telefone, tambem companheiros até de alguns passeios.


Infelizmente outros vi a foto no Diário de Noticias na página da necrologia, tendo ficado triste.


No entanto, hoje o João resolveu me visitar, trocar o numero de telemovél, pois afinal também tanto ele como a mãe se lembram de nós e lamentaram não ter ficado com o contacto.


Senti uma alegria enorme por saber que a mãe dele estava bem, afinal o tempo de "emigração" o intervalo que ele fez á vida dele foi compensador!!


Prometemos voltar a falar, a se encontrar.


E espero mesmo que isso aconteça.


Afinal, há tantas pessoas que nos cruzamos na vida, várias vezes até, e que pouco ou nada nos dizem e há aquelas que são amigos e que a vida nos separa.


Valeu o reencontro!!!


PS: utilizei nomes ficticios para estes meus amigos, mas toda a "história" é veridica

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